Maguro Tataki Sandwich • 7 Sandwich’s • 7 dias • 7 posts :: Nº3.



Vinda do nada, aparece uma sandwich, que tem tudo de previsível, menos o facto imprevisível de aparecer atum fresco nesta época. Uma raridade, que se faz pagar 15 euros mais cara, do que no verão, onde custa em média 6 euros o quilo. Como em qualquer assalto, não ofereci resistência, levantei os braços e deixei os bandidos fazerem o seu trabalho. Acordei já em casa, com um bom bocado de atum e uma baguete bem estaladiça debaixo do braço.








Bem Vindos ao 3º episódio da série • 7 Sandwich’s • 7 dias • 7 posts :: Nº3. Ontem fizemos, batota no poker e uma Club Sandiwsch. Hoje, aproveitando o facto de ter sido assaltado por um lombo de atum, vamos fazer uma não clássica sandwich de atum, oriental style. Uma coisa que podia ser servida em qualquer roulotte de Sushi. Só falta criar as roulottes.
Como pretendo um equilíbrio entre criação e clássicos, aqui segue o sumário das edições até agora programadas, das 4 que faltam.
1. Salmão Fumado em Bagle
2. Caril de Camarão
3. O cavalo negro. A grande surpresa.
Isto quer dizer que a nível de concepção, falta apenas a L.A.E criar mais uma sandwich. A carga de trabalhos deste desafio, dilui-se no prazer de criar um mini compêndio com algumas das Sandwich’s preferidas de L.A.E.
E como sempre, é do pão que nascem as sandwich’s mais sexy, ou os Frankstein’s mais hediondos. Encontram-se alguns pães à venda, que deveria estar considerados e categorizados como armas bélicas. Pergunta? Não viveríamos num mundo muito menos violento, se esta gente comesse um pãozinho como deve de ser? Pãocifiquemos o mundo.
Por cá temos as mãos de fada, da Salga, creio (que mãos de fada!). E o pão dos foros na Ribeira Grande. Pão do Rei? Sinceramente, L.A.E não (re)conhece isso. L.A.E é plebe, não se dá com Reis ou mesmo Nobres, primeiro porque não tem nível e depois porque sabe que a monarquia, é uma coisa de sangue, de dinastia.
Chegar à Lua e proclamar-me Rei da Lua é tão legítimo como proclamar-me Rei do Papel Higiénico. Qual soberano da Casa de Banho, reitero que esse epíteto de Rei dos Frangos, dos bifes, dos cachorros tem hoje um efeito perverso, só lá vão cerca de 0,27% da população portuguesa. A mesma que votou no Partido Monárquico, que apesar dos impressionantes números, ficou a mais de um ponto percentual dos votos em branco. É este o estado da padaria monárquica no país e na região.
Mesmo assim, quando se encontra uma boa baguete, é como uma excelente oportunidade de golo, que se perdida, fica para sempre num DVD chamado: os falhanços mais ridículos da história. Diz-nos o Snack Histórico de hoje, que a clássica baguete francesa é descendente do “Pain Viennois”, precisamente feito em Viena.
Mas mais uma vez, foram os franceses, que com todo o seu amor, manteiga e sentido do exagero criaram um estilo único de fazer a baguete. Chegaram-se a passear pelos jardins reais, animais com cerca de dois metros, transportados a braços pelos padeiros.
No entanto, segundo um artigo do The Economist (L.A.E não lê a revista, apenas a usa como referencia para tentar credibilizar, aquilo que muito dificilmente será algum dia credibilizável), em 1920 foi decretado que era proibido que as padarias funcionassem das 22h às 4h. Porquê? Só deus e quem leu o artigo sabe.
Esta frustrante castração, revoltou os padeiros, pois o que eles queriam era fazer baguetes de 2 e 3 metros, entrar no Guiness e dar entrevistas nas Tardes da Júlia. Assim, foram obrigados a fazer um downsize na baguete, para que esta tivesse tempo de ser cozinhada e servida ao pequeno almoço, à Sónia Araújo, Jorge Guilherme e Serenella Andrade na Praça da Alegria.
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Este é de facto um pão simples, que L.A.E corta ao estilo demi-baguete, aparando as pontas, para ficar tudo igual a nível de volume. O pão é marcado no grelhador de ferro. Tira. E agora o momento inesperado: L.A.E tira da manga um Spray, que contem no seu interior, molho de soja, sumo de limão galego e wasabi dissolvido.
Tecnicamente, é um desafio, quase, tão grande como por desodorizante debaixo dos braços. Yes you can. Desodorizamos ambas as partes do pão com o molho de soja. A sandwich fica com aquela confiança: hoje à noite, vou ser comida por alguém.
À parte, temos um rectângulo perfeito de lombo. Este passo leva, exactamente o mesmo tempo a fazer, do que a ler. Já medi. Repare: frigideira bem quente. Entra o atum, por cima, umas pedras de flor de sal. Vira. Outras duas pedras de sal. Faz dois movimentos de afiar a faca. Tira, corta em fatias iguais, põe no pão. Por cima do atum, colocamos um pouco de cebola vermelha, micro cortada. Done.
Uma sandwich incoerentemente deliciosa: por um lado, simples de fazer, por outro, de uma profundidade de sabores, digna de uma refeição sushi, onde o atum é confeccionado na língua. Não se esqueçam de limpar o fogão.



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